No início era uma casa. Uma vivenda unifamiliar, em Gambelas, com painéis fotovoltaicos instalados, foi escolhida para um projeto-piloto, com base em modelos baseados em inteligência artificial e dispositivos associados a energias renováveis. Durante o período de teste, especialistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade do Algarve mediram e criaram modelos de eficiência energética, criaram cenários e adaptaram equipamentos para uma majoração da poupança energética. “Por exemplo, na piscina, a bomba de água é um dos aparelhos com maior consumo”, explica António Ruano, o professor que liderou o projeto. “Com o controlo de determinados dispositivos como esse ou os ares condicionados, conseguimos prever os consumos e controlar melhor o funcionamento do sistema fotovoltaico”. O especialista da FCT fala nos resultados práticos: ”houve um ganho de operação superior a 40% no verão e 30% no inverno”.
Com esses dados na mão, fazia sentido dar continuidade à investigação. À casa inicial, juntaram-se mais 3 moradias vizinhas. Uma tinha painéis fotovoltaicos e baterias, outra só fotovoltaicos e a terceira nenhum desses equipamentos. “Utilizámos o mesmo sistema de aquisição de dados para fazer uma comunidade de energia. O mesmo tipo de controlo para cada casa, mas que, além de tentar minimizar o custo individual, passou a focar-se também nos custos comunitários. Foram testados vários cenários e diferentes critérios para gerir a energia”.
O estudo ficou concluído e os resultados dessa segunda fase aguardam publicação após o registo da patente internacional. Ainda assim, António Ruano levanta um pouco do véu: “para o estudo das comunidades de energia, os resultados são semelhantes ao do primeiro caso. Eficiência de 40% no verão e 30% no Inverno”.
O investimento não é barato. Pode rondar entre os 8 a 10 mil euros. O retorno estimado é de 5 a 6 anos.
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