03 de janeiro de 2022

#algarve2020 || EM DESTAQUE || JANEIRO 2022

Instalaram-se no interior, ainda que o seu negócio seja a água e os seus olhos estejam postos para lá da fronteira. São uma espécie de magos, que dominam a química. A partir de Messines, desenvolvem os produtos para o controlo de algas, desinfeção de água potável, equilíbrio do pH e floculação. Por enquanto, é ainda no mercado nacional que a Aqualgar dá cartas, mas entra em 2022 com um pé na Bacia do Mediterrâneo e de olho no resto de África.

Chama-se Growing Particle e é uma das várias empresas do grupo instalado numa unidade fabril e dois grandes armazéns na Zona Industrial de Messines. É a partir do interior do Algarve que, nos últimos 12 anos, a Aqualgar foi conquistando terreno no mercado do tratamento da água, em especial de piscinas. Representam algumas marcas e equipamentos de prestígio, mas eles próprios aventuraram-se na criação de compostos, que vão do controlo das algas a várias etapas do tratamento da água. “Recebemos as matérias-primas e, a partir daí, fazemos o controlo, reformulação da mistura e o embalamento para a marca ou para outras empresas”, explica Daniel Silva, o engenheiro industrial que, em 2009, desistiu do lugar confortável numa multinacional e, em plena crise económica, avançou com a ideia de criar o seu próprio negócio. Mais de uma década depois, são 16 as pessoas que o grupo emprega, sete delas especialistas com formação superior.

Apesar dos efeitos da pandemia, que por todo o lado complicou o acesso às matérias-primas e à distribuição, a marca algarvia não cruzou os braços, nem travou o investimento. Entre os vários projetos apoiados por fundos comunitários, a expansão e a modernização da produção da Growing Particle, um investimento total de mais de 234 mil euros viu cerca de metade do valor ser aprovado pelo FEDER.

”A expansão já começou a ser executada”, esclarece Daniel Silva. “A parte da linha de enchimento é fundamental para melhorar a eficiência e a rentabilidade. Permite-nos tornar mais produtivos, competitivos e ter melhores preços”. Com o primeiro investimento já feito foi possível duplicar a produção do enchimento, que passou a ser automatizado. “ A rotulagem ainda tem um processo arcaico. Aguardamos a libertação dos fundos para a aquisição da nova rotuladora”, faz notar.

Com 80% da faturação assente no mercado nacional, a Aqualgar já conseguiu conquistar também terreno na Andaluzia. Entre clientes particulares e uma relevante base de empreendimentos turísticos, alguns de grande prestígio e exigência na qualidade, como é o caso do Resort Vila Vita, o grupo vai aproveitar o empurrão dos novos investimentos e apostar em força na internacionalização. “Pretendemos, em dois anos, que a faturação nacional desça dos 80% para menos de 50%. A nossa aposta passa por novos mercados na Bacia do Mediterrânio e há contactos bem encaminhados para negócios com parceiros locais noutras zonas de África”.

Com uma carteira de cerca de 500 clientes, 200 dos quais ativos, com compras regulares numa base mínima semestral, o agregado das empresas do grupo, em 2021, terá tido uma faturação superior a dois milhões de euros.

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