É em profunda consonância com o Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve apresenta as grandes metas para o ALGARVE 2030, no âmbito do Fundo Social Europeu +, que passam, sobretudo, por intervenções prioritárias em matéria de Qualificações, Emprego e Inclusão social e contam com um apoio de cerca de 92 milhões de euros.

São três os eixos fundamentais de intervenção que, para além de estarem alinhados com as diretrizes do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, consolidam a estratégia de desenvolvimento regional já iniciada no Programa Regional do Algarve – CRESC ALGARVE 2020 e alavancam a necessária diversificação da base económica da Região.

O primeiro eixo, com um investimento previsto de 26 milhões de euros, está diretamente ligado à recuperação do mercado de trabalho e à criação de empregos de qualidade, pedras angulares do desenvolvimento económico e social e os objetivos a atingir são muito concretos:

Por sua vez, o segundo eixo, com um investimento previsto de 33 milhões de euros, diz respeito ao desenvolvimento de competências, à aprendizagem ao longo da vida e à formação, de modo a responder às necessidades económicas e sociais e a cumprir, de forma objetiva, os seguintes objetivos:

Já o terceiro eixo, com um investimento previsto de 33 milhões de euros, aposta numa inclusão social adequada e políticas de proteção social que, até 2030, reduzam significativamente a população a viver em situação de pobreza ou de exclusão social, incluindo as crianças, com especial empenho em quebrar o ciclo geracional da pobreza e em aumentar a mobilidade social. Na verdade, muitos dos objetivos que vão contribuir para o seu sucesso estão já enunciados nos dois eixos anteriores. Ainda assim, importa destacar que, objetivamente, as metas as atingir são as seguintes:

O Algarve precisa de acompanhar o país nas principais metas de desenvolvimento económico e social e, para isso, a qualificação da população é fundamental

Qualificar as pessoas é, no entender da CCDR Algarve, a solução que, de forma transversal, permite reverter as assimetrias e os constrangimentos que, há anos, impedem a Região de acompanhar o aumento, quantitativo e qualitativo, dos índices sociais e económicos do País.

“Grande parte dos portugueses, e mesmo os não nacionais, têm a perceção de que o Algarve é uma Região rica. Mas, infelizmente, e apesar de nos últimos anos, a situação estar a melhorar, ainda há muito trabalho a fazer para que a população algarvia, ao nível dos indicadores económico-sociais e das qualificações, consiga, pelo menos, acompanhar o resto do país”, afirma José Apolinário, Presidente da CCDR Algarve, que evoca como exemplos:

No Algarve, a população em risco de pobreza, após transferência sociais (ou seja, já beneficiária de apoios estatais) é de 21,6%, sendo que a média nacional é de 18,4%. Mais grave ainda, o risco da taxa regional de privação material (pobreza extrema, sem abrigo, etc.) é de 19,5%, contra os 13,5% nacionais”.

O Algarve figura também entre as regiões da União Europeia com mais baixas qualificações. “Apesar dos avanços conseguidos relativamente a 2013, cerca de 40% da população ativa continua a deter apenas o Ensino Básico como habilitação completa e 75% não ultrapassa o nível do Ensino Secundário (2020), sendo que, no Algarve, apenas 25,1%, atingiu os níveis superiores de educação, contra os 30% nacionais”, destaca José Apolinário.

O Presidente da CCDR Algarve está profundamente convicto de que a melhoria destes indicadores de qualificação vão ser a alavanca para a melhoria dos demais indicadores económico-sociais: “Fizemos, nos últimos dois meses, a avaliação dos projetos financiados pelos fundos geridos pela Região no âmbito do Portugal 2020, que apostaram, de forma clara, na inovação social (com projetos muito relevantes e bem sucedidos, por exemplo, na redução da taxa precoce do abandono escolar); na economia do mar (onde há um crescimento muito significativo ao nível da indústria, que se queixa da falta de mão de obra qualificada); na cultura, indústrias criativas e transição digital (projetos fundamentais que enriqueceram a vida das populações, qualificaram o turismo e contribuíram para travar a sua tendência de sazonalidade) e na saúde (projetos de requalificação das unidades de saúde e de promoção de estilos de vida saudável, muito particularmente da promoção da Dieta Mediterrânica). Para além do turismo – a principal atividade económica da Região – estas são áreas a ser consolidadas no Portugal 2030, o que, a par com a essencial qualificação das pessoas, vai “com toda a certeza, trazer resultados”, afirma José Apolinário.

A apresentação do estudo é efetuada no contexto do projeto ARTICULAR PARA INTERVIR, desenvolvido pela CCDR Algarve e associações de desenvolvimento local – In Loco, Terras do Baixo Guadiana e Vicentina, com apoio dos Fundos Europeus geridos na Região, através do Programa Operacional do Algarve – CRESC ALGARVE 2020.

Clique aqui para consultar o Programa.